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Gestante que teve parto realizado 21 dias após morte encefálica e doou órgãos é sepultada em Aracaju

 Foi sepultado, no Cemitério São João Batista, em Aracaju, na manhã desta sexta-feira (10), o corpo de Kauane Ludmilla Dionísio Santos, de 20 anos, a gestante que teve o parto realizado 21 dias após ter morte encefálica constatada. Órgãos dela também foram doados. Segundo a Secretaria da Saúde de Sergipe, os procedimentos realizados são raros: foi o primeiro no estado, sexto no Brasil e 36º no mundo.

Kauane Ludmilla deixou três filhos, incluindo Maria Vitória, a bebê que nasceu de 25 semanas, na quarta-feira (8), e está na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

Ela foi vítima de tiro na cabeça no Bairro Lamarão no dia 17 de abril, por uma dupla armada. Outros dois homens também ficaram feridos. Um deles morreu cerca de 15 dias depois, no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). O outro homem teve alta e passa bem. Um suspeito pelo crime morreu em confronto com a polícia no dia 22. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.

A mulher deu entrada no Huse com uma lesão no crânio. No dia 22, foi confirmada a morte encefálica. Os médicos realizaram esforços por 21 dias, através de manutenção hemodinâmica com aparelhos e medicação, além de controle de pressão e temperatura, para manter os sinais vitais da paciente, fazendo, assim, com que o feto de 22 semanas, permanecesse vivo na barriga da mãe, até que o parto fosse possível.

O parto estava previsto para ocorrer na quinta-feira (9), mas a paciente apresentou alterações nos exames de ultrassonografia e a equipe médica do Huse decidiu antecipar o procedimento, que ocorreu na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, referência estadual em partos de alto risco.

A menina nasceu prematura, de quase 26 semanas, de parto cesárea, pesando 580 gramas e foi encaminhada para a UTI. Apesar da prematuridade, não houve nenhuma disfunção e ela está estável.

Doação de órgãos

A família autorizou a doação de órgãos da paciente e foram coletados rins, fígado e córneas. Além de Aracaju, os órgãos também foram destinados aos estados de Pernambuco e Ceará.

Fonte: G1 SE.


 

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